sexta-feira, 18 de abril de 2008

Conheça o Centro (1)


A PONTE DE PEDRA


Foto: Ricardo André Frantz

A Ponte de Pedra é um monumento histórico da cidade de Porto Alegre. Está situada no local denominado Largo dos Açorianos. Antigamente cruzava o arroio Dilúvio e era a única ligação entre as chácaras do sul e o centro da cidade. Segundo informa o cronista Pereira Coruja em Antigualhas, quando o Conde da Figueira, governador da Capitania entre 1818 e 1820, mandou abrir o "Caminho de Belas", hoje correspondente à Av. Praia de Belas, ainda não havia ponte para ligar a cidade com a margem esquerda do Riachinho.

Diz o cronista: "atravessava-se o riacho 'calcante pede' no tempo de verão em que apenas dava água pelos machinhos". Pouco depois, entretanto, no governo do Visconde de São Leopoldo, cerca de 1825, mandou-se construir, com subscrição de moradores interessados na obra, uma ponte de madeira sobre o Riacho, junto de sua foz no Guaíba, um pouco mais abaixo da atual Ponte de Pedra. Essa primeira ponte de madeira sofreu repetidos danos e passou por várias reconstruções.

Em 1830, a ata da Câmara Municipal fala em "ponte novamente reedificada" sinal certo de que a primeira já fora reconstruída. A segunda, depois da enchente de 1833, se encontrava seriamente danificada "por ter dado de si os encontros e a maior parte das madeiras estavam podres", conforme se lê em um orçamento de conserto feito pelos construtores Laureano A. Dias e Evaristo Gonçalves de Ataíde.

Essa precária ponte do Riacho, foi registrada na planta de L. P. Dias, do ano de 1839. Mas não se imagine que houvesse sido consolidada pelos repetidos consertos: em 1844, a Câmara Municipal tomava a dirigir-se ao presidente da Província, fazendo sentir "a grande necessidade que há de compor-se a ponte do Riacho desta cidade, visto que não tem guardas e acha-se bastante arruinada".

O Conde de Caxias, que era então o presidente, ainda uma vez mandou consertar a ponte de tábuas, mas tomou a decisão de fazer construir obra sólida e definitiva. É o que expõe em seu relatório de 1.° de março de 1846: "Depois de ter mandado consertar por várias vezes a ponte de madeira do Riacho, nesta cidade, tive por mais vantajoso, atendendo ao seu estado de ruína, de fazer construir nova ponte de pedra na embocadura da rua da Figueira, como lugar mais favorável ao trânsito público; feita a planta e o orçamento, pôs-se a obra em arrematação e já nela se trabalha”.

Apesar de já se trabalhar nela no princípio de 1846, a Ponte de Pedra só foi posta em condições de utilização em março de 1848. Até então, continuara servindo precariamente a ponte de madeira.

Na ata da sessão de 22 de março de 1848, da Câmara Municipal, consta a leitura de ofício do vice-presidente da Província participando que a Ponte de Pedra no Riacho, posto que não concluída, estava capaz de dar passagem ao público, podendo por isso trancar-se a ponte de madeira. As obras de canalização do Riacho, um século mais tarde, deixaram ociosa a obra mandada construir por Caxias.

Foto: Eurivan Barbosa.

Em 1937 o arroio começou a ser retificado e a ponte perdeu a sua função, mas sobreviveu como memória daqueles tempos. Transformada em monumento urbano e testemunha do passado, o monumento de pedra foi tombado pelo município em 1979 e ganhou um espelho d'água sob os seus três pilares em arco, embora o nível da água tenha sido estabelecido bastante alto, acima dos seus pilares que usualmente ficavam à vista. Seu aspecto atual é o mesmo quando sob uma condição de enchente.

Rodízio de carros na Capital? Ainda não!

Foto: Dilvulgação

A Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) não implantará rodízio de carros na circulação da capital. Segundo o Secretário Municipal da Mobilidade Urbana, Luiz Afonso Senna, não há necessidade, atualmente, para este tipo de medida.

“Os congestionamentos existentes não são determinantes para uma medida drástica como esta. Além disto, onde foi aplicado, como nas cidades de São Paulo e México, por exemplo, não alcançou os objetivos desejados. Pelo contrário, a frota não diminuiu, já que muitas pessoas compraram carros velhos, poluindo ainda mais o meio ambiente”.

O projeto para implantação do rodízio de carros é do Vereador Mário Fraga (PDT). Será votado na Câmara Municipal e, se aprovado, enviado ao executivo para apreciação. Atualmente são 591 mil veículos registrados em Porto Alegre (dados do Detran/2007).


Prédios do Centro têm morcegos como habitantes

Prédio da Faculdade de Medicina da UFRGS é um dos exemplos (Foto: Ricardo André Frantz ).

Quando chega o mês de agosto, a cidade inicia o processo de troca de estação. A primavera volta a reinar em Porto Alegre. Também é o mês de formação das colônias de morcegos, mamíferos que preferem locais quentes e escuros e atormentam a rotina de comerciantes, moradores e circulantes durante a temporada de calor.

José Menezes, 65 anos, representa a exceção para confirmar a regra. Sócio de um estacionamento localizado na Rua Duque de Caxias, o empresário relata que há onze anos está no local e jamais presenciou um morcego no estabelecimento: “Isso posso afirmar com clareza: o que não temos aqui é morcego, ainda bem”, comemora. Basta caminhar 100 metros ao lado e o contraponto é notável.

O Residencial Don Felipe, situado no mesmo logradouro, é um antro dos animais que se comunicam com seus sons de alta freqüência. O zelador do condomínio, Eduardo Corrêa, reclama da invasão todo o verão, porém resigna-se sabendo da dificuldade de evitar a companhia dos invasores: “É um problema que já estamos acostumados”.

O fator de atração desses animais silvestres é o alimento em abundância encontrado em zonas urbanas, coloca Soraya Ribeiro, coordenadora do Programa de Conservação de Fauna Silvestre da SMAM (Secretaria Municipal do Meio Ambiente). Soraya explica que a Secretaria apenas passa informações referentes aos hábitos de vida e medidas que impeçam a instalação destes animais em locais de moradia, e não faz o trabalho de remoção de colônias: “O órgão não pode fazer a remoção de colônias. O que fazemos é explicitar ao cidadão os riscos e a profilaxia do problema”.

Para a vereadora Neuza Canabarro, presidente da Comissão de Saúde e Meio Ambiente da Câmara dos Vereadores de Porto Alegre, a existência da espécie deve ser controlada pelos moradores dos prédios afetados. E alerta sobre o perigo da instalação dos morcegos: “O ambiente habitado por eles é propício ao desenvolvimento de doenças. É preciso utilizar proteção especial como máscaras, luvas e óculos”.

Por estar em extinção, é proibida a matança desses animais: o ato é considerado Crime Ambiental. Portanto, a melhor forma de afastá-los de nossos lares é prevenindo.

Vistoriar freqüentemente telhados, persianas e chaminés e instalar redes junto à copa da árvore são formas de se proteger do mamífero, que é capaz de entrar em frestas de até um centímetro e meio.

O ideal para o início do trabalho preventivo é entre abril e agosto, meses em que os morcegos dão uma trégua aos cidadãos porto-alegrenses.



Morcegos - Mitos e Percepções